
Orquestra Filarmonia das Beiras
16 Abril, 2021 pelas 21h00 (sexta)
no Teatro Viriato
Concerto livestreaming em: www.musicadaprimavera.pt // Youtube
Programa
RICHARD WAGNER (1813-1883)
Idílio de Siefried
GIACOMO PUCCINI (1858-1924)
Crisantemi
CHARLES IVES (1874-1954)
The unanswered question
AARON COPLAND (1900-1990)
Appalachian Spring
IGOR STRAVINSKY (1882-1971)
Concerto em Mib (Dumbarton Oaks)
Ficha Artística
Orquestra Filarmonia das Beiras
José Eduardo Gomes – Maestro convidado
Mecenas: Turismo do Centro
Da Europa à América: de Wagner a Copland
Este programa pretende traçar uma linha que leva de Richard Wagner a Aaron Copland, passando por Giacomo Puccini, Charles Ives e Igor Stravinsky. Wagner e Puccini representam aqui a tradição Romântica Europeia do Século XIX, Stravinsky, compositor emigrado, as novas técnicas desenvolvidas também na Europa já no Século XX, Ives viria a ser considerado, ainda que tardiamente, o primeiro grande compositor verdadeiramente americano e Copland um os seus grandes expoentes.
O Idílio de Siefried foi composto em 1869 para a sua mulher Cosima como prenda pelo nascimento do segundo filho do casal, Siegfried, e foi estreado no aniversário de Cosima, o dia de Natal de 1870.
Do reduzido número de obras que Puccini escreveu fora do contexto da ópera, nomeadamente ao nível da música de câmara, surge um quarteto de cordas composto em 1890 intitulado Crisantemi. Esta peça, que neste concerto se apresenta numa versão para orquestra de cordas, é uma elegia composta em memória do seu amigo Amadeo de Savoia, Duque de Aosta e o seu nome representa uma flor (chrysanthemums) muito usada em cerimónias fúnebres.
The unanswered question, composta em 1906 e revista entre 1930 e 1935, é uma das obras experimentais e bem característica de Ives, um estudo de contrastes em que, sobre lentos acordes nas cordas, o trompete faz por sete vezes uma pergunta a que a flautas tentam dar resposta numa combinação de regiões tonais e atonais
Appalachian Spring é um bailado composto para a bailarina e coreógrafa americana Martha Graham e resulta de uma encomenda da Elizabeth Sprague Coolidge Foudation. Foi composto entre 1943 e 1944 tendo sido estreado em Outubro desse ano no Coolidge Festival em Washington. A versão de concerto, aqui apresentada, é uma suite que usa a orquestração original, para orquestra de câmara e é um excelente exemplo de uma linguagem musical que podemos considerar como americana, tal como pretendido por Martha Graham ao interpelar Copland no sentido de compor uma obra que fosse genuinamente americana. Em 1945 Appalachian Spring recebeu o Prémio Pulitzer para a música e ainda o prémio do Music Critics Circle de Nova York.
O Concerto em Mi bemol Maior, vulgarmente conhecido como Dumberton Oaks, é uma obra composta em 1938 para o aniversário de Robert Bliss, diplomata Americano e proprietário da mansão que deu o nome a esta obra.
– António Vassalo Lourenço
MAIS
JOSÉ EDUARDO GOMES
José Eduardo Gomes, foi recentemente laureado com o 1º Prémio no European Union Conducting Competition, tendo ganho igualmente o prémio Beethoven no mesmo concurso. É maestro titular da Orquestra Clássica da FEUP e Professor na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto, onde trabalha com as várias Orquestras. Foi maestro titular da Orquestra Clássica do Centro (2016 a 2018), maestro associado da Orquestra Clássica do Sul (2018/2019), maestro titular do Coro do Círculo Portuense de Opera, no Porto (2011 a 2017) e maestro principal da Orquestra Chambre de Carouge, na Suíça, (2008 a 2011). Iniciou os seus estudos musicais no clarinete em V. N. Famalicão, sua cidade natal. Mais tarde, prosseguiu os seus estudos na ARTAVE e ESMAE, onde se formou na classe do Prof. António Saiote, tendo recebido o Prémio Fundação Engenheiro António de Almeida. Mais tarde, prosseguiu estudos na Haute École de Musique de Genève (Suíça), em direção de orquestra com Laurent Gay e em direção coral com Celso Antunes.
José Eduardo é membro fundador do Quarteto Vintage e do Serenade Ensemble.
É laureado em diversos concursos, onde se destacam o Prémio Jovens Músicos, Categoria Clarinete e Música de Câmara e Concurso Internacional de Clarinete de Montroy (Valência). É igualmente laureado do Prémio Jovens Músicos, Categoria Direção de Orquestra, onde recebeu também o prémio da orquestra.
Nos últimos anos, tem sido convidado para trabalhar com as principais orquestras portuguesas, atuando nos mais destacados festivais de música em Portugal. No domínio da ópera, já participou em várias produções, tais como Mozart Don Giovanni e Cosi Fan Tutte, Haydn Lo Speziale, Marcos de Portugal La Donna di Genio Volubile.
Outra parte importante do seu trabalho é dedicado a orquestras de jovens, um pouco por todo o país.
Em 2018 foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pela Cidade de V.N. Famalicão.
ORQUESTRA FILARMONIA DAS BEIRAS
A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) deu o seu primeiro concerto no dia 15 de Dezembro de 1997, sob a direção de Fernando Eldoro, seu primeiro diretor artístico. Criada no âmbito de um programa governamental para a constituição de uma rede de orquestras regionais, tem como fundadores diversas instituições e municípios da região das beiras, associados da Associação Musical das Beiras, que tutela a orquestra.
A OFB é composta por 23 músicos de cordas de diversas nacionalidades e com uma média etária jovem e, desde 1999, é dirigida artisticamente pelo Maestro António Vassalo Lourenço. Norteada por princípios de promoção e desenvolvimento da cultura musical, através de ações de captação, formação e fidelização de públicos e de apoio na formação profissionalizante de jovens músicos, democratizando e descentralizando a oferta cultural, a OFB tem dado inúmeros concertos, além de desenvolver frequentes e constantes atividades pedagógicas (programas pedagógicos infanto-juvenis, cursos internacionais vocais, instrumentais e de direção de orquestra, etc.). Também sob estes princípios, apresenta, desde 2006, produções de ópera diversas (infantil, de repertório ou portuguesa).
Do seu vasto histórico de concertos constam participações nos principais Festivais de Música do país (Algarve, Aveiro, Coimbra, Estoril, Évora, Gaia, Guimarães, Leiria, Lisboa, Maia, Óbidos, Porto, Póvoa de Varzim, Festa da Música e Dias da Música do Centro Cultural de Belém) e do estrangeiro (Festival de Guyenne, França, em 1998, Festival de Mérida, Espanha, em 2004, Concurso Internacional de Piano de Ferrol, Espanha, como orquestra residente, em 2007) ou importantes cooperações e co-produções com outros organismos artísticos. São estes os casos de espectáculos no Coliseu de Recreios de Lisboa (com a companhia Cirque du Soleil, em 2000) e no Coliseu do Porto (concertos Promenade); da interpretação da música de Bernardo Sassetti para o filme “Maria do Mar” de Leitão de Barros, desde 2001; da execução da ópera infantil “A Floresta”, de Eurico Carrapatoso, numa co-produção com o Teatro Nacional de São Carlos, Teatro São Luís, Teatro Aveirense e Teatro Viriato, em 2004, reposta em 2008; das colaborações com a Companhia Nacional de Bailado na produção dos bailados “Sonho de uma Noite de Verão”, com o encenador Heinz Spoerli, em 2004 e, em 2006, “O Lago dos Cisnes” de Piotr Tchaikowsky, ambos sob a direção de James Tuggle. Em 2017, a OFB foi convidada a apresentar a banda sonora do cine-concerto “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, uma estreia em Portugal. Este espetáculo faz parte da série de filmes-concerto Harry Potter, promovida pela CineConcerts e a Warner Bros. Consumer Products, numa digressão global em celebração dos filmes de Harry Potter. Este cine-concerto foi dirigido pela maestrina americana Sarah Hicks.
Ao longo da sua existência, a OFB tem sido regularmente dirigida por alguns maestros estrangeiros e pelos mais conceituados maestros em atividade em Portugal e tem colaborado com músicos de grande prestígio nacional e internacional, de onde se destacam os violinistas Régis Pasquier, Valentin Stefanov e Wojciech Garbowski, os violoncelistas Irene Lima, Paulo Gaio Lima, Teresa Valente Pereira e Aliaksandr Znachonak, os flautistas Patrick Gallois, Felix Renggli e Istavn Matuz, os oboístas Pedro Ribeiro, Alex Klein e Jean Michel Garetti, os pianistas Pedro Burmester, Jorge Moyano, António Rosado, Miguel Borges Coelho, Gabriela Canavilhas, Adriano Jordão, Anne Kaasa, Valery Starodubrovsky e Valerian Shiukaschvili, os guitarristas Carlos Bonell, Alex Garrobé, Aliéksey Vianna, Jozef Zsapka, Paulo Vaz de Carvalho e Pedro Rodrigues, ou o saxofonista Henk van Twillert, assim como os cantores Elsa Saque, Elisabete Matos, Isabel Alcobia, Luísa Freitas, Patrícia Quinta, Paula Dória, Margarida Reis, Susana Teixeira, Carlos Guilherme, João Cipriano Martins, João Merino, Mário Alves, Nuno Dias, Rui Taveira, Tiago Matos, Luís Rodrigues, Jorge Vaz de Carvalho, Armando Possante, José Corvelo ou José Carreras, sendo que dois concertos realizados, em 2009, com este conceituadíssimo tenor constituirão, com toda a certeza, um marco para a história desta orquestra. Simultaneamente, tem procurado dar oportunidade à nova geração de músicos portugueses, sejam eles maestros, instrumentistas ou cantores.
Do repertório da OFB constam obras que vão desde o Século XVII ao Século XXI, tendo a Direção Artística dado particular importância à interpretação de música portuguesa, quer ao nível da recuperação do património musical, quer à execução de obras dos principais compositores do século XX e XXI. Aí se incluem estreias de obras e primeiras audições modernas de obras de compositores dos Séculos XVIII e XIX. Neste contexto, da sua discografia fazem parte orquestrações do compositor João Pedro Oliveira sobre Lieder de Schubert, a Missa para Solistas, Coro e Orquestra de João José Baldi e as 3ª e 4ª Sinfonias de António Victorino d’ Almeida, sob a direcção do próprio (2009). Outras áreas musicais como a música para filmes ou o teatro musical são também incluídas, de forma a chegar ecleticamente ao público, através da colaboração com diversos artistas do panorama nacional onde se incluem Maria João, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Dulce Pontes, David Fonseca, Nuno Guerreiro, Mariza, Gilberto Gil, Carlos do Carmo, Alessandro Safina, Maria Amélia Canossa, Nancy Vieira, Paulo Flores, Rui Reininho, Camané, Luís Represas, Carminho, João Gil, Boss AC, Vitorino, Paulo de Carvalho, Rui Veloso ou James.