
The Spirit of Gambo
21 Abril, 2025 às 21h00 (segunda)
no Museu Nacional Grão Vasco
Entrada: 3€ • Adquirir bilhete
Maiores de 3 anos. Bilhete obrigatório.
A contraposição entre França e Inglaterra no repertório solo para Viola da Gamba.
Este concerto reflete sobre a culminação da viola da gamba baixo enquanto instrumento solista na segunda metade do séc. XVII. Um programa desenvolvido em torno de Marin Marais (França) e Tobias Hume (Inglaterra), os dois compositores mais prolíficos para este instrumento, distanciados apenas pelo canal da Mancha, mas com estilos de composição bastante contrastantes.
Programa
PARTE I (c. 12’)
CHRISTOPHER SIMPSON (1605-1669)
The Division Viol – Prelude
TOBIAS HUME (1569-1645)
“Musicall Humors”
– The Spirit of Gambo
– What Greater Grief
CHRISTOPHER SIMPSON (1605-1669)
Prelude em Mi menor
TOBIAS HUME (1569-1645)
– A Soldiers’ Galliard
– Fain Would I Change That Note
PARTE II (c. 15’)
MARIN MARAIS (1656-1728)
Pièces de Viole, Livro IV – “Le Badinage”
MONSIEUR DE SAINTE-COLOMBE (1640-1700)
Chaconne em Ré menor
Airs sérieux et à boire “Pourquoy doux Rossignol”
PARTE III (c. 28’)
ROBERT DE VISÉE (1652-1725)
“Pièces de Théorbe” – Prélude em Lá menor
MARIN MARAIS (1656-1728)
Pièces de Viole, Livro III – Prélude em Lá menor
ROBERT DE VISÉE (1652-1725)
Chaconne
MARIN MARAIS (1656-1728)
Grand Ballet
MARC-ANTOINE CHARPENTIER (1643-1704)
Ópera Mercure Galant – “Sans frayer dans ce bois, seule je suis venue”
Ficha Artística
Filipa Meneses – Viola da gamba
Hugo Sanches – Teorba
Eunice Abranches d’Aguiar – Soprano
Biografias
FILIPA MENESES
Natural de Viseu, onde iniciou cedo a descoberta da música no Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, casa acolhedora e ponto de partida seguro para uma vida de constância com a música.
Licenciada em Piano pela ESMAE (Porto) e Conservatorium van Amsterdam (Holanda).
Com a descoberta da Viola da Gamba dedica-se apaixonadamente ao estudo deste instrumento.
Conclui o Mestrado em Viola da Gamba na Schola Cantorum Basiliensis (Suíça) sob orientação de Paolo Pandolfo, após a Licenciatura no Real Conservatório de Haia (Holanda), sob a orientação de Philippe Pierlot.
Teve a oportunidade de estudar com os gambistas mais proeminentes da atualidade, como Atsushi Sakai, Baldomero Barciela, Christophe Coin, Emmanuel Balssa, Juan Manuel Quintana, Rainer Zipperling, Sergi Casademunt, Willand Kuijken e Xurxo Varela.
Gravou para várias editoras nomeadamente Harmonia Mundi (Gli Incogniti – Amandine Beyer), Naxos (Capella Duriensis), Outhere Music (Voces Suaves), assim como a gravação de estreia do recém-descoberto “Leuven Chansonnier” com Sollazzo Ensemble – Passacaille/Ambronay editions.
Projetos mais recentes incluem a gravação integral da obra do compositor franco-flamenco Johannes Pullois para a editora Passacaille/Alamiré, com o objetivo de trazer à luz o seu fascinante repertório.
Apresenta-se regularmente com diversos agrupamentos como Hispèrion XXI (Jordi Savall), Gli Incogniti (Amandine Beyer/FR), “Le Parlement de Musique” (Martin Géster/FR), “Profeti della Quinta” (Elam Rotem/CH), “Les Timbres”(Miriam Rygnol/FR), “Sollazzo Ensemble” (Anna Danilevskaya/CH), “Seconda Pratica Ensemble” (J. Alvarado/N. Atalaia/NL), “Voces Suaves“ (Suíça) e “Músicos do Tejo” (Marcos Magalhães/Marta Araújo/PT) entre outros.
Numa busca constante por explorar diferentes linguagens na Viola da Gamba trabalhou em estreito contacto com compositores como Georg Friedrich Haas, Guillermo Klein ou Bardia Charaf estreando obras suas mundialmente.
Primeiro lugar Prémio Jovens Músicos RTP 2013, categoria Música Barroca, Prémio Zeca Afonso no Festival Cantar Abril – Almada, e Prémio Rotary Club de Viseu 2006.
Eunice é licenciada em Música Antiga, com especialização em Canto Barroco, pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE). Iniciou os seus estudos musicais em 2008, na Academia de Música de Vilar do Paraíso, na classe de violino do professor Luís Trigo, tendo também sido aluna de Cláudia Vasconcelos, Abílio Ramos, Bruno Pereira e Iryna Horbatyuk. Aos 14 anos, teve aulas de técnica vocal com Patrícia Quinta, experiência que consolidou a sua paixão pelo canto. Frequentou ainda a Academia de Música de Espinho e a escola de música da Tuna Musical de Anta, na classe de violino do professor Ricardo Queirós.
Participou em masterclasses com Tânia Azevedo (teatro musical), Nacho Rodriguez (canto/música de câmara), Rafael Muñoz (baixo contínuo/música de câmara), Jean-Denis Monory (gestualidade barroca), entre outros. Integrou a Academia Júnior de Música Barroca da ESMAE e o Curso Internacional de Música Antiga (CIMA) da mesma instituição. Tem aprofundado os seus estudos na área da música antiga e da interpretação historicamente informada.
Fez parte de diversos projetos de destaque, incluindo: Paixão Segundo São Mateus (J. S. Bach) com o ensemble Concerto Ibérico, dirigido por João Paulo Janeiro, com solistas como Magna Ferreira, Carlos Mena, Tiago da Mota, Daniel Issa, Manuel Torrado e Benjamin Glaubitz, e Florian Deuter como concertino; na Rota do Peregrino – II Encontro de Música Medieval de Ponte de Lima, sob direção musical de Maurício Molina; excertos das Fábulas de La Fontaine (música de De Lalande), com direção de Magna Ferreira e Catarina Costa e Silva; excertos da ópera Rodrigo (J. F. Händel) – interpretando o papel de Rodrigo – sob direção de Ana Mafalda Castro; excertos da ópera-ballet L’Europe Galante (A. Campra), nos papéis de Cèphise e Vénus, com direção de Benjamin Chénier; e a ópera Dido & Aeneas (H. Purcell), no papel de Dido, com direção de Magna Ferreira, Catarina Costa e Silva e Ana Mafalda Castro.
Apresentou-se em diversos eventos e festivais, incluindo a Temporada de Música em São Roque, Festival Internacional de Música Barroca de Faro, West Coast Early Music Festival (Oeiras), comemoração dos 400 anos da publicação do Flores de Música de Manuel Rodrigues Coelho, Jornadas Europeias do Património com o ensemble Spirito Dell’Anima, Nuit Brahms (no CNSMDLyon), Encontros de Música Antiga de Loulé, Festival Fora do Lugar, Luz a D. Manuel (Mosteiro dos Jerónimos), Festival Antena 2, Mundos e Fundos, Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, Encontros de Música Coral da Póvoa de Varzim, Festival de Música Antiga de Novi Sad (Sérvia), FeMAUB (Úbeda e Baeza, Espanha) e o LX Música Antiga, entre muitos outros.
É membro de vários agrupamentos de referência, incluindo O Bando de Surunyo (dir. Hugo Sanches), Coro do Distrito de Braga (dir. Inês Teixeira), Capella Joanina (dir. João Paulo Janeiro) e Spirito Dell’Anima. Recentemente integrou o projeto da Jeune Orchestre Baroque Européen e é cofundadora do Duo Semper Florens. Colaborou ainda com o Coro da Sé do Porto e, de forma mais regular, com a Banda do Exército Português – Destacamento do Porto.
Interpretou e estreou obras de compositores contemporâneos como Rúben Borges, Catarina Costa e Gonçalo Mota. Em 2023, recebeu um “Engagement Prize” atribuído pela Ópera de Colónia, na sua participação no Concurso Pietro Antonio Cesti. Em 2024, integra um projeto de colaboração entre o Bando de Surunyo e a Escola da Noite (companhia de teatro), participando na estreia moderna da peça Frágua de Amor, de Gil Vicente.
Atualmente, frequenta o Mestrado em Estudos Avançados em Música Vocal de Ensemble (MAS-AVES) na Schola Cantorum Basiliensis, na Suíça.
HUGO SOEIRO SANCHESHugo Soeiro Sanches nasceu no Porto em 1973.
É doutorado com distinção e louvor em Estudos Musicais pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
Mestre e licenciado em performance histórica pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Politécnico do Porto, Hugo desenvolve a sua carreira em 3 frentes: o ensino, a performance e a investigação.
No domínio do ensino, é atualmente coordenador do Curso de Música Antiga da ESMAE, onde lecciona teoria e prática interpretativa histórica, alaúde, música de câmara e baixo contínuo desde 2010.
No domínio artístico, o seu percurso divide-se em duas vertentes. Enquanto instrumentista especializado em instrumentos de corda pulsada histórica (alaúdes, tiorba, viola de mão e guitarra barroca), apresenta-se em público quer a solo, quer com reputados ensembles de formações e características diversificadas, destacando-se Arte Minima, Ensemble Hotteterre, Gli Incogniti, Os Músicos do Tejo, Orquestra Barroca da Casa da Música, Orquestra Barroca de Veneza e Sete Lágrimas.
Numa segunda vertente, Hugo Sanches dirige O Bando de Surunyo, ensemble que fundou em 2015 com a missão principal de recuperação, interpretação e divulgação de música inédita e pouco conhecida de fontes portuguesas dos séculos XVI e XVII. No decurso do seu historial de mais de meia centena de concertos, O Bando de Surunyo apresentou em primeira audição moderna mais de 30 obras do barroco peninsular, visitando também diferentes repertórios, desde a música ibérica aurissecular ao seicento italiano. Destacam-se os programas de obras inéditas “Cambarito – cânticos de devoção e independência durante a Guerra da Restauração”, “Ai dina, dina, dana – música para o Natal do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra” e “Que sonoramente canta – lírica, devoção e dança no primeiro barroco ibérico”.
É ainda investigador integrado do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da FLUC (CECH) onde se especializa no estudo do repertório ibérico do século XVII. O trabalho aqui desenvolvido materializa-se não só na frente académica – através da realização de comunicações e trabalhos escritos –, mas também na performativa – através dos concertos do Bando de Surunyo.