
A Laugh to Cry – Ópera Multimédia de Miguel Azguime
20 Abril, 2023 pelas 21h00 (quinta)
no Teatro Viriato
Entrada: 2.5€ • Adquirir bilhete
Idade: Maiores de 6 anos.
“A Laugh to Cry” é uma ópera de uma acutilante atualidade temática que explora algumas das preocupações do ser humano, no contexto de um mundo globalizado, formalizando-se numa reflexão sobre o poder hegemónico de destruição da memória, sobre a devastação da Terra, sobre a guerra; especulando sobre o próprio colapso da humanidade.
A ópera desenvolve-se na orla entre o sonho e a realidade, entre o visível e o invisível, entre o riso e o choro, pondo em cena arquétipos eternos. Com música e libreto multilingue de Miguel Azguime, a encenação assenta em projeções vídeo múltiplas, construídas em simbiose a partir do texto e da música, interpretada por um jovem elenco de cantores e pelos músicos do Sond’Ar-te Electric Ensemble dirigidos pelo Maestro Pedro Neves.
A interpretação envolve cinco personagens, representados por duas sopranos, um baixo e dois narradores (feminino e masculino); 7 instrumentos acústicos: flauta, clarinete, violino, viola, violoncelo, piano e percussão e meios eletrónicos em tempo real.
Um projeto NEW OP-ERA (uma nova era para a ópera) da Miso Music Portugal/Sond’Ar-te Electric Ensemble
Ficha Artística
Miguel Azguime – Composição e libreto
Paula Azguime – Encenação e criação vídeo
Pedro Neves – Maestro
Camila Mandillo – Soprano
Andrea Conangla – Soprano
André Henriques – Baixo barítono
Miguel Azguime – Recitante
Jade Mandillo – Recitante
SOND’AR-TE ELECTRIC ENSEMBLE:
Sílvia Cancela – Flauta
Nuno Pinto – Clarinete
Vítor Vieira – Violino
Jorge Alves – Viola
Luís André Ferreira – Violoncelo
Francisco Cabrita – Piano
João Dias – Percussão
Paula Azguime – Difusão sonora
Andre Bartetzki – Eletrónica em tempo-real, direção tecnológica
Perseu Mandillo – Motion capture, VFX & 3D
Margarida Moreira – Desenho e operação de luz
Sara Janic – Figurinos e coordenação de cena
Miso Studio – Técnica
Agradecimentos: Adalberto Alves, Susana Janic, Hiroyuki Saeki, Ylva Gruen, Saoud al-Tayari, Jakub Szczypa, João Cutileiro
Encomenda do Warsaw Autumn Festival e da Ernst von Siemens Music Foundation
Apoios: Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes, AmorimCork
Mecenas: Miso Music Portugal
Biografias
MIGUEL AZGUIME
O Ensemble Miso era um OVNI na cena musical do seu tempo. Fundado por Miguel e Paula Azguime em 1985, era um «simples» – absolutamente único do seu género: um duo de flauta e percursão, assim denominado a partir da sopa japonesa – uma oferenda dos deuses. Os Azguimes improvisavam, amavam, componham, procurando cumplicidades que deitassem abaixo os muros da performance convencional; uma atitude que perturbava as ideias dominantes do que a música poderia ser – e uma atitude que, desde então, têm alimentado. A partir dos anos 2000, Miguel Azguime dedicou-se a ser compositor a tempo inteiro, deixando de parte a sua carreira enquanto percussionista, mas não abandonando nunca a sua paixão pela interpretação, apresentando-se regularmente em palco enquanto intérprete, ator e narrador em algumas das suas obras.
Azguime é um criador-no-mundo, sensível às ameaças globais e militante contra o não-pensar, a aplanação e desvalorização das artes e a sua submissão às exigências do mercado, contra o esquecimento e silêncio daquilo que é, para ele, uma das coisas mais essenciais ao ser humano – a arte livre.
Nas suas composições, para lá dos novos horizontes que florescem da semente colocada pelo serialismo, espectralismo e música concreta e pela evolução da eletrónica, consegue-se ouvir a alegria de criar e de descobrir algo de inédito nas suas obras. Nelas, sente-se a liberdade criativa de um Beethoven e a liberdade disruptiva dos poetas surrealistas. «Tout un royaume à l’envers à découvrir» («Todo um reino às avessas por descobrir»), diz um dos versos de Mário Dionísio, originalmente escrito em francês, uma das línguas mais apreciada e usada por Miguel Azguime.
Cada uma das suas obras é um caminho e um sedimento nascido de uma necessidade mais profunda. É, acima de tudo, a presença concreta – o aqui e o agora – da chama imparável da criação. Mas é também a construção delicada, espicançante e feroz da substância musical, no permanente conflito poético com as dificuldades do nosso tempo. Uma criação musical para os outros e para hoje, mas sem jamais subjugar-se nem às tendências frívolas apreciadas nem aos cânones estabelecidos.
(Pedro Boléo – jornalista, musicólogo)
SOND’AR-TE ELECTRIC ENSEMBLE
Criado em 2007, o Sond’Ar-te Electric Ensemble é um projeto inovador em Portugal. A combinação permanente de 7 instrumentos acústicos (flauta, clarinete, violino, viola, violoncelo, piano e percussão) + voz soprano + eletrónica conjuga-se com a destreza técnica do Miso Studio.
Uma das principais características deste projeto é encomenda de novas obras encorajando, assim, o desenvolvimento da composição para música de câmara com eletrónica e manipulação do som em tempo real por parte dos jovens compositores, mas também daqueles já consagrados. Até à data, o Sond’Ar-te já encomendou 59 novas obras a compositores portugueses e estrangeiros. Paralelamente à interpretação de novas obras, o reportório do Sond’Ar-te Electric Ensemble abarca das obras mais importantes para música de câmara do século XX e XXI.
O Sond’Ar-te Electric Ensemble, composto por um conjunto de músicos excecionais com carreiras individuais enquanto solistas, tem um nível artístico excecional e é já um ensemble de referência em Portugal e no estrangeiro. Para além da sua circulação regular em Portugal, o ensemble já se apresentou no Festival de Outono de Varsóvia, no Museu Guggenheim de Bilbao, no Festival da Cidade de Londres, no Gesú – Le Vivier Université de Montréal e em cidades como Séoul, Tokyo, Paris e Berlim.