
João Roiz Ensemble
23 Abril, 2025 às 21h00 (quarta)
na Sé de Viseu
Entrada: 6€ • Adquirir bilhete
Maiores de 3 anos. Bilhete obrigatório.
“Beethoven: a Elegância e o Êxtase”
O João Roiz Ensemble junta-se ao músico e musicólogo Alexandre Delgado para a construção da “Peregrinação Beethoven 2025-2027”, focando o facto de em 2027 se assinalarem os 200 anos da morte de L. v. Beethoven (1770-1827), ocasião que constitui um importantíssimo marco para a celebração da vida e obra do compositor, e da sua contribuição para o espírito humanista europeu.
Para esta Peregrinação, o João Roiz Ensemble interpretará a obra completa de música de câmara para cordas do compositor durante 2025, 2026 e 2027, numa rede nacional de Teatros, Festivais de Música, Fundações e Municípios, permitindo aos públicos alargados conhecer de forma aprofundada a música de Beethoven e o seu significado para a humanidade, numa caminhada espiritual e artística conjunta.
Para nos conduzir através do mundo de Beethoven, teremos Alexandre Delgado, que irá comentar o concerto em permanente diálogo com o público, permitindo a este uma compreensão mais aprofundada da contextualização histórica, estética e analítica das obras em escuta.
Programa
L. V. BEETHOVEN (1770-1827)
Quarteto de Cordas em Lá menor, op.132
– Assai sostenuto – Allegro
– Allegro ma non tanto
– Canzona di ringraziamento offerta alla divinità de un guarito, in modo lidico
– Alla marcia, assai vivace
– Più allegro
– Allegro apassionato
Quarteto de Cordas em Dó menor, op.18 nº4
– Allegro ma non tanto
– Andante scherzoso quasi Allegretto
– Menuetto
– Allegretto – Prestissimo
Ficha Artística
João Roiz Ensemble
Vasken Fermanian – Violino
João Mendes – Violino
João Pedro Delgado – Viola de arco
Ricardo Mota – Violoncelo
Alexandre Delgado – Músico/musicólogo convidado
Mecenas
Biografia
JOÃO ROIZ ENSEMBLE
Desde a sua criação em 2014, o João Roiz Ensemble tem-se apresentado em preenchidas temporadas e inúmeros programas, num âmbito de valorização nacional de públicos, bem como numa interação permanente com o património edificado, em colaboração com diversos solistas como António Rosado, Dejan Ivanovic, Carlos Alves, Filipe Quaresma, Carisa Marcelino, Miguel Carvalhinho, Luísa Tender, Pedro Ladeira, Saul Picado, João Crisóstomo, Marina Pacheco, Natalia Riabova, entre outros.
Os seus concertos são frequentemente transmitidos pela RTP – Antena 2. Os repertórios do Ensemble abrangem a grande literatura camerística universal, desde a segunda metade do séc. XVIII até aos dias de hoje, centrando-se principalmente nas obras canónicas para quarteto e quinteto.
A este percurso, vem juntar-se uma vontade de diversificação estética e de fomento reflexivo de nova criação, que tem resultado na encomenda e estreia de obras de compositores portugueses, tais como Nuno Corte-Real, Alexandre Delgado, Fernando Lapa, Luís Tinoco, César Viana, Tiago Derriça, Eduardo Patriarca, Anne Victorino de Almeida, Sara Carvalho, entre outros, em diálogo com a realidade territorial em que o Ensemble exerce a sua atividade artística. Desta dinâmica constante entre o aprofundamento da forma e a exploração das suas fronteiras, entre o cânone sistematizado e a reflexão inovadora sobre o mesmo, entre o local e o universal, entre o olhar territorial e a perspectiva do horizonte, nasceram já três discos.
ALEXANDRE DELGADONasceu em Lisboa em 1965. Aluno de Joly Braga Santos e de Jacques Charpentier diplomou-se com o 1.º prémio de composição do Conservatório de Nice (1990).
Iniciou os seus estudos musicais com a pianista Fátima Fraga e estudou violino e música de câmara na Fundação Musical dos Amigos das Crianças entre 1978 e 1985, onde foi concertino tendo, posteriormente, dirigido a orquestra juvenil desta instituição.
Foi aluno particular de Joly Braga Santos (1981-85). A sua obra Prelúdio, composta aos 16 anos, foi estreada pela Orquestra Sinfónica da RDP em 1982. Nesse mesmo ano conclui o curso de composição e violino, como aluno externo do Conservatório Nacional. Recebe uma bolsa do Ministério da Cultura para prosseguir os seus estudos em Composição e Violino no Conservatório de Nice, tendo trabalhado com os professores Jacques Charpentier e Barbara Friedhoff, concluindo o curso com distinção em 1989.
Como compositor, Alexandre Delgado obteve em 1992 o prémio “João de Freitas Branco” e recebeu encomendas de festivais do País de Gales e de Londres. A sua obra Antagonia para violoncelo solo foi seleccionada pelo júri da ISCM para o World Music Days 93, na Cidade do México.
Em Março de 2001 foi compositor convidado no Festival Maastricht (Países-Baixos), onde foram interpretadas algumas das suas obras.
É autor da ópera de câmara O Doido e a Morte, baseada na farsa de Raul Brandão, (encomenda de Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura), cuja estreia dirigiu no Teatro Nacional de S. Carlos e posteriormente no Theater am Halleschen Ufer, em Berlim (1994-96).
Entre as obras, destacam-se o Concerto para viola e orquestra (Festival de Coimbra, 2000), Tresvariações (Fundação Gulbenkian, 2001) e Poema de Deus e do Diabo (Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, 2002). Presentemente, encontra-se a terminar duas óperas de câmara – A Rainha Louca e uma outra sobre a temática do Sebastianismo (encomendas da Câmara Municipal de Matosinhos e da Culturgest), que formarão com o Doido e a Morte, a Trilogia da Loucura. Em 2001 o seu Quarteto de Cordas foi gravado em CD pelo Arditti Quartet. Em 2019, estreou em Penedono e na Antiga Igreja do Convento de São Francisco (Coimbra) Vida e Milagres de Dona Isabel, um ciclo para Soprano (Carla Caramujo), e Orquestra (Orquestra Clássica do Centro, a qual encomendou).
Como violetista, ganhou em 1987 o Prémio “Jovens Músicos”. Foi membro da Orquestra Juvenil da Comunidade Europeia (1988-1989) e da Orquestra Gulbenkian (1991-1995). Mantém atividade regular como intérprete com o Quarteto Lacerda e como solista, realizando recitais tanto em Portugal como no estrangeiro.
Tem-se dedicado ao estudo da Música Portuguesa, incidindo sobre a vida e obra de Luís de Freitas Branco (sobre o qual deu conferências em Roma) e Carlos de Andrade (1884-1930), seu bisavô e compositor modernista, cujo trabalho foi apresentado pela primeira vez em 2000. Foi crítico musical do jornal Público (1991-2001) e assina o programa “A Propósito da Música” na Antena 2 (desde 1996). É autor do livro “A Sinfonia em Portugal” (Caminho 2002). Foi diretor artístico do Festival de Música de Alcobaça.