Quarteto Camões

7 Abril, 2023 pelas 19h00 (sexta)
na Igreja Nova


Entrada: 2.5€ • Adquirir bilhete
Maiores de 3 anos. Bilhete obrigatório.​

Fundado em 2014, o Quarteto Camões, sediado em Portugal, reúne quatro músicos com vincada formação na música de câmara no panorama nacional e internacional, assim como na área do ensino onde todos têm uma carreira de relevo.
Através do desejo comum de divulgar a música portuguesa como seu alicerce fundamental, não esquece o grande repertório para essa formação, passando pela 1ª escola de Viena, essencial para o desenvolvimento do gosto e estética próprios desta formação.
A comunhão e energia deste agrupamento tem recebido críticas calorosas, tanto pela elegância do seu fraseado como pelo brilho das suas interpretações.

NOTAS DO PROGRAMA
As “Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz” figura entre as mais belas, profundas e incomuns obras de Haydn.
“Há uns quinze anos recebi um pedido de um sacerdote de Cádiz para compor música instrumental sobre as Sete Últimas Palavras de Nosso Salvador na Cruz. Todos os anos, em Cádiz, era hábito apresentar uma oratória durante a Quaresma.
O efeito desta apresentação era intensificado pelo cenário que era montado. As paredes, janelas e pilares eram cobertas com panos pretos e somente um grande candelabro pendurado no centro do teto quebrava a solene escuridão. Ao meio-dia, as portas eram fechadas e a cerimónia começava.
Depois de uma breve oração, o bispo subia ao púlpito, dizia a primeira palavra e fazia um breve sermão sobre ela. Depois deixava o púlpito e se ajoelhava diante do altar. A orquestra então tocava o primeiro Adagio. O bispo prosseguia desta maneira, dizendo a segunda palavra, a terceira e assim por diante e a orquestra continuava após conclusão de cada discurso.
A minha composição estava desta forma condicionada a esta “coreografia” e não foi nada fácil compor sete adágios, durando dez minutos cada, que se sucediam, sem cansar os ouvintes; na verdade, achei impossível ater-me aos limites estabelecidos.”
A versão original da composição data de 1786 e foi escrita para grande orquestra. Devido ao seu sucesso seguiram-se outras versões: para quarteto de cordas, para orquestra e coro (com texto composto especialmente) e uma redução para piano autorizada pelo compositor.
A primeira apresentação em Cádiz ocorreu em 6 de abril de 1787. Uma indicação da fama de Haydn naquela época reside no fato de a obra ter sido executada quase que simultaneamente em Viena e em Bonn, em fins de março, portanto antes da “estreia” em Cádiz!

Programa

JOSEPH HAYDN (1732-1809)
1. Introdução em Ré Menor – Maestoso ed Adagio
2. Sonata I (“Pater, dimitte illis, quia nesciunt, quid faciunt”) em Si Bemol Maior – Largo
3. Sonata II (“Hodie mecum eris in paradiso”) em Dó Menor /Dó Maior – Grave e cantabile
4. Sonata III (“Mulier, ecce filius tuus”) em Mi Maior – Grave
5. Sonata IV (“Deus meus, Deus meus, ut quid dereliquisti me”) em Fá Menor – Largo
6. Sonata V (“Sitio”) em Lá Maior – Adagio
7. Sonata VI (“Consummatum est”) em Sol Menor/Sol Maior – Lento
8. Sonata VII (“In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum”) em Mi Bemol Maior –Largo
9. Il Terremoto (Terremoto) em Dó Menor – Presto e con tutta la forza

Ficha Artística

Pedro Meireles – Violino I
António Figueiredo – Violino II
Ricardo Mateus – Viola
Martin Henneken – Violoncelo
Mário João Alves – Narração e criação do texto

Mecenas: Turismo do Centro



Biografias

PEDRO MEIRELES
Nasceu no Porto e começou a estudar violino com a sua mãe. Prosseguiu a sua formação no Conservatório de Música do Porto com Carlos Fontes e Suzanna Lidegran, terminando o curso com a classificação máxima. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, concluiu a licenciatura e o mestrado na Royal Academy of Music, em Londres, tendo-lhe sido atribuído um DipRAM, assim como o Prémio J & A Beare.
Venceu o Concurso da Juventude Musical Portuguesa aos nove anos de idade, tendo sido posteriormente galardoado com primeiros lugares em concursos como o Prémio Maestro Silva
Pereira, o Prémio Marjorie Hayward, o Prémio Mica Comberti, o Prémio de Viola Theodore Holland, o Sir Arthur Bliss Memorial Prize e o Prémio de Viola Max Gilbert. Venceu também, por três vezes, o Prémio Jovens Músicos da RTP, nas modalidades de violino e viola.
Como concertista e como músico de câmara, realizou mais de duzentos concertos em algumas das mais conceituadas salas da Europa. Em 2005 apresentou o Stradivarius “Viotti” da coleção da Royal Academy of Music em concerto de gala no Victoria and Albert Museum, em Londres. Foi concertino e concertino adjunto das orquestras Royal Philharmonic, Orion Symphony, New London Orchestra, Brandenburg Sinfonia e Ashover Festival Orchestra. Desempenha atualmente as funções de Concertino Principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa.

ANTÓNIO FIGUEIREDO
António Figueiredo obteve o Diploma de Pós-Graduação da Royal Academy of Music em 1996 na classe do professor Eric Gruenberg. Membro da Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro Nacional de São Carlos desde 1997. Participou vários anos na Orquestra de Jovens da Comunidade Europeia trabalhando com vários Maestros de renome como: Carlo Maria Giulini, Mstislav Rostropovitch, Bernard Haitink, Vladimir Ashkenazy, entre outros. É laureado no Prémio Jovens músicos na edição 1989, 1º prémio na categoria de violino.
É o concertino principal da Orquestra Sinfonietta de Lisboa.
António Figueiredo é ainda um dos membros fundadores do quarteto Vianna da Motta.
Desde 2015 que tem sido convidado para integrar a Orquestra Internacional de Itália.

RICARDO MATEUS
Ricardo Mateus possui uma carreira musical diversificada que o levou a tocar por todo o Mundo.
Iniciou os estudos musicais no Conservatório Regional de Castelo Branco aos 10 anos com António Ramos e com António Oliveira e Silva com quem iniciou os estudos de Violeta. Licenciou-se em Violeta, com Alberto Nunes, na ESML com a classificação de 17 valores.
Em 1995, foi finalista do PJM tendo-lhe sido distinguido com Diploma de Mérito.
Desde 2005 que integra o GMCL onde participou na estreia de diversas obras, apresentou Le Marteau sans Maître de P. Boulez em 2ª audição em Portugal.
Integrou a digressão Transparente, de Mariza, tendo realizado mais de 250 concertos nos mais prestigiados palcos de todo o mundo.
Como músico convidado, já participou em diversas orquestras nacionais sob a direção de vários maestros.
Desde 2010 que leciona na Escola de Música do Conservatório Nacional. Ao longo da sua carreira de professor, vários dos seus alunos têm sido premiados em concursos nacionais e admitidos nas mais prestigiadas universidades na Europa.

MARTIN HENNEKEN
O violoncelista alemão Martin Henneken nasceu em 1981 e recebeu as primeiras lições de violoncelo aos seis anos de idade. Aos dezasseis ingressou, como bolseiro, na Musikhochschule Detmold, onde estuou com Gotthard Popp. Frequentou posteriormente as academias de música de
Lübeck e Viena, onde foi aluno de Troels Svane e Reinhard Latzko. Foi premiado no Concurso Nacional Alemão para Jovens Músicos e aluno da fundação Live Music Now, criada por Yehudi Menuhin.
Como membro da Orquestra Nacional Alemã da Juventude, ganhou experiência como músico de orquestra. Durante os seus estudos, foi convidado a colaborar regularmente com várias orquestras como a Filarmónica de Lübeck, a Sinfónica de Viena e a Sinfónica da Índia Mumbai. Como músico de câmara, estudou com Walter Levin, do Quarteto Lassalle, e atuou no Konzerthaus de Viena. Na temporada 2009-10 colaborou com a Ópera Nacional e a Filarmónica de Viena e participou nos festivais de Salzburgo e Lucerna. Desde 2010, é segundo solista da Orquestra Gulbenkian.

MÁRIO JOÃO ALVES
Mário João Alves é músico e autor.
Como cantor, é presença assídua no Teatro Nacional de São Carlos e colabora com a generalidade das instituições musicais portuguesas, tendo também cantado nas temporadas de ópera dos teatros La Fenice de Veneza, La Monnaie de Bruxelas, BAM de New York, Regio de Turim, Maestranza de Sevilla, Tenerife Opera Festival, Petruzelli di Bari, Donizetti di Bergamo, Comunale di Bologna, Cairo Opera House, Muscat Royal Opera House, Seoul Arts Center, e em salas de concerto em Tokyo, Macau, Lausanne, Maputo, Paris, Palermo, Salzburgo ou La Valetta.
Autor, publicou vários livros: “Amilcar, consertador de búzios calados” (Prémio Lusófono da Trofa), “Afonso Cabrita, meu tio, ensaísta, toureiro e melancólico” (Prémio Bocage de Conto), “José, será Mago?”, “Histórias da Música em Portugal”, “A Orquestra na Baleia” e “As Viagens Extraordinárias de Júlio Inverno”. Criou os libretos das óperas “Os dilemas dietéticos de uma matrioska do meio”, “As 7 mulheres de Jeremias Epicentro” e “Lugar Comum” (para o Quarteto Contratempus), “Tic Tac Punft” (para o Serviço Educativo da Casa da Música) e outros guiões para teatro e espetáculos musicais.
Encenou as óperas “L’Elisir d’Amore” e “O Rouxinol” (Teatro Nacional de São Carlos) “Hansel e Gretel” (Temporada Darcos/TeatroCine Torres Vedras), “The Pirates of Penzance” (Festival Música no Colégio/São Miguel), “La Canterina”, “Pimpinone”, “Livieta e Tracolo” “Bastien e Bastienne”, “Il Cavalier Bertone” (Ritornello/Ruínas de Conímbriga), “Amahl e os Visitantes da Noite” (CCVilaFlor, CRGuimarães), e “O Cábula” e “O Rouxinol” (MPMP/Artave/Casa das Artes de Famalicão).
Com a Companhia Ópera Isto escreveu e encenou “A Flauta Mágica Vista da Lua”, “To be or not to Britten”, “A Rolha da Garrafa do Rei d’Aonde?”, “O Olho Esquerdo de Júlio Verne”, “Serena Serenata” e “O Barbeiro de Einstein”.
Orienta Workshops e Masterclasses relacionadas com os universos da voz, da cena e do canto e recentemente dirigiu com o pianista Paulo Gomes o projeto Voz a Vós (Casa da Música/IPA).
Cofundou o quinteto vocal Vozes da Rádio e a Companhia Ópera Isto, com quem realiza espetáculos e oficinas criativas para todas as infâncias.
Dirige o Atelier de Ópera da ESART.

O concerto