Aldovino Munguambe & Vasco Fazendeiro [Estreia de 4 Obras Portuguesas]
15 Dezembro, 2020 pelas 19h00 (terça)
no Teatro Viriato
Concerto live streaming em: www.musicadaprimavera.pt // Youtube // Facebook
Programa
ÂNGELA LOPES
Negro Alba
JOSÉ CARLOS SOUSA
Letráceas
CÂNDIDO LIMA
BAGATELA para marimba e electrónica – 1770-2020 (Beethoven)
PEDRO REBELO
Music by Wood
Ficha Artística
Aldovino Munguambe – Marimba
Vasco Fazendeiro – Marimba
Mecenas: Quinta do Perdigão
4 Novas Obras de Compositores Portugueses – Notas do programa
ÂNGELA LOPES
“Negro Alba” – para marimba e eletrónica
“NEGRO ALBA – para marimba e eletrónica (fevereiro de 2020) é uma obra encomenda do Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, para ser estreada em abril do mesmo ano.
Há anos, o tema de uma sessão para jovens estudantes, com o compositor Cândido Lima, na Academia de Música de Santa Maria da Feira, foi “Como nasce uma ideia?”. De que parte o compositor quando tem um papel em branco à sua frente? Quais as naturezas de uma ideia? Qual o princípio do princípio?
Após o convite para a escrita desta obra, ocorreu-me socorrer-me de uma visão, a cor, ou melhor a ausência da cor, já que nem o branco nem o preto são propriamente cores, sendo acromáticas, ou sem matiz, por oposição, o preto pela absorção de todas as radiações e o branco pela reflexão de todos os raios luminosos, não absorvendo nenhum e que, na verdade, encerra em si todas as cores. Como num teclado de piano, a preto e branco, como na escrita “En blanc et noir”, para 2 pianos, de Claude Debussy, é uma imagem o motor da organização, da construção, da coordenação dos sons mesmo que essa ideia, essa visão, não passe de um motor de arranque para algo muito mais estruturado e meditado, para além do epidérmico e do sensorial. Daqui o título.
Instrumento de tradição modal, de proveniências africanas, dos ritos e dos ritmos africanos, músicas de repetição e de hipnotismos, NEGRO ALBA, usa de todos os recursos habituais do instrumento (agora envernizado…) e das técnicas de composição. Repetições, ostinati, trémulos, escalas, poliritmias, sons percussivos, apogiaturas, paralelismos, polimétricas, glissandi, entre outros.
A eletrónica é como a polarização, do mundo da física, das ondas refletidas da marimba.”
– Ângela Lopes
CÂNDIDO LIMA
“BAGATELA para marimba e electrónica – 1770-2020 (Beethoven)”
“Convidado para escrever uma obra para marimba e eletrónica nas vésperas de introduzir, na Casa das Artes, no Porto, ao longo do ano, a série das 10 sonatas para violino e piano de Beethoven, pelo Duo italiano Tramma-Fachini, logo me ocorreu a ideia de evocar o grande compositor através de um desafio improvável: inundar a marimba e a eletrónica de gestos, ao mesmo tempo de homenagem e de iconoclastia dirigidos à sua obra. Tais gestos viriam, de memória, do mundo sinfónico e do mundo concertístico, da música de piano e da música de câmara, da expressão lírica e da expressão dramática, do jogo quase infantil de páginas ditas menores e do jogo virtuosístico das grandes obras. As sonoridades da Bagatela para marimba e eletrónica escondem, no interior de uma espécie de “orquestra africana subsariana”, um mundo que é próprio e contrário ao mesmo tempo, vestígios de um pensamento arquitetónico do compositor gramaticalmente longínquo no tempo e no espaço. Nos antípodas de um instrumento vocacionado, na sua origem e na sua natureza, para o ritmo e para a música diatónica e modal, estas páginas submergem o universo visceralmente tonal do compositor, cume olímpico de séculos de evolução na música europeia e ocidental. A eletrónica, vinda da própria partitura transfigurada, acentua esse jogo de contrastes. Os interditos, juntos ao tributo e à paródia ocultos, os equívocos de linguagem, o confronto cultural do sistema tonal ocidental e as tonalidades e processos da África Austral da marimba e instrumentos de percussão, foram terreno de divertimento sobre o pensamento musical e memória do compositor este ano mundialmente celebrado. Os contrários entre fontes sonoras e entre paradigmas de escuta dos públicos de concertos clássicos, o confronto e a conciliação de estruturas elementares da música tonal e da música modal de tradições milenares, eis o desafio proposto por esta Bagatela, despretensiosa obra de uma memória que ficou das luminosas bagatelas para piano deste génio maior da história da música, míticas páginas, algumas delas, nas memórias do melómano anónimo e também das minhas memórias do piano da adolescência. Nestas páginas, postulados seguidos e transgredidos por dois compositores um, gigante da música ocidental outro, discípulo e idólatra, divulgador e servidor ao longo do tempo.
Homenagem a Viseu e ao Diretor do Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, Professor José Carlos Sousa, esta obra, que será estreada em 8 de Abril de 2020, no Teatro Viriato pelo percussionista Aldovino Munguambe, pode ser ainda uma lembrança para os meus antigos alunos de harmonia, contraponto, sonata e orquestração (programas antigos dos conservatórios), aos quais transmiti tudo ao contrário do que escrevi nesta espécie de “divertimento”, na verdade uma simples BAGATELA para marimba e eletrónica – 1770-2020-Beethoven!
A realização eletrónica tem a colaboração técnica da compositora Ângela Lopes.”
– Cândido Lima
JOSÉ CARLOS SOUSA
“Letráceas” – Marimba e Eletrónica
“Letráceas é uma peça para Marimba e Eletrónica que pretende transportar os ouvintes para um universo sonoro de diálogo entre o instrumento e metamorfoses operadas eletronicamente.
As letráceas são árvores das quais se extrai a madeira utilizada na construção das lâminas das marimbas. A metamorfose sonora é realizada a dois níveis: por um lado a exploração de diferentes efeitos tímbricos que a marimba pode produzir, por outro, a exploração sonora através do trabalho realizado em estúdio.
Todos os sons utilizados na componente eletrónica da peça provêm da marimba. Este material sonoro foi trabalhado, tendo como principal preocupação a transformação tímbrica.
Esta peça resulta de uma encomenda do FIMPViseu e é dedicada ao percussionista Aldovino Munguambe.”
– José Carlos Sousa
PEDRO REBELO
“Music by Wood” – Marimba
“Music by Wood explora a relação entre a marimba e o gesto instrumental. A obra é concebida como uma sequência de estruturas moveis em que o material musical resulta de direções gestuais selecionadas pelo instrumentista. A peça é escrita em notação gráfica desenvolvida inicialmente para a obra Music for Prosthetic Congas (2004) escrita para Pedro Carneiro. Em Music by Wood, a estrutura da própria marimba serve de plano para a coreografia de gestos indicados na partitura através de vetores de movimento. Este tipo de notação permite uma linguagem musical que oscila entre o determinismo e a improvisação sugerindo um tipo de escuta ativa, criando pontos de contacto entre o gesto, resultado sónico e exploração eletrónica de materiais musicais derivados da marimba. Neste contexto o material eletrónico tem por base microvariações espectrais que são por si a génese do timbre característico da marimba. A obra vem no seguimento de Music by Strings (2019) e desenvolve uma musicalidade latente em diversos tipos de material orgânico, neste caso a madeira.”
– Pedro Rebelo
Biografias dos Intérpretes
ALDOVINO MUNGUAMBE
Natural de Moçambique, onde nasceu em 1980, Aldovino Munguambe iniciou os seus estudos musicais aos 10 anos, na classe de piano da Escola Nacional de Música de Maputo.
Em 1994 obteve uma bolsa para prosseguir os seus estudos em Portugal, ingressando no curso de percussão da Escola Profissional de Música de Évora. Integrou a Orquestra Portuguesa das Escolas de Música em 1997 e 1999 e as Jornadas de Nova Música de Aveiro em 1999 e 2000, sendo o primeiro vencedor do prémio de interpretação de nova música. Participou também no curso de percussão e bateria lecionado por Jamey Haddad e Eduardo Lopes. Em 2004 participou no “Zeltsman Marimba Festival” que decorreu em Aplleton (E.U.A.), onde trabalhou com Nancy Zeltsman, Jack Vam Geem, Ricardo Gallardo, Bodgan Bacanu, Anders Astrand entre outros. Na sua formação Universitária foi bolseiro durante 4 anos da Fundação Calouste Gulbenkian. Terminou a Licenciatura em Música da Universidade de Évora e frequentou o 1 e 2 ano da Licenciatura em Vibrafone Jazz E.S.M.A.E. Participou como músico convidado no musical “Navios dos Rebeldes”, no Teatro da Trindade em Lisboa. Tem tocado com as mais
diversas orquestras do panorama nacional. Como docente, orienta diversos Workshop e Masterclass por todo o País. Participou como membro do Júri no Primeiro Concurso Internacional de Percussão da Beira Interior. É músico e Professor no Festival da Orquestra Nacional de Jovens.
A sua atividade musical estende-se pela Europa e África. Apresentou se como músico convidado no primeiro Festival Internacional de Música Clássica de Maputo (Moçambique) Foi docente na Academia de Música Eborense, Escola Profissional de Música de Évora, Universidade de Évora(estagiário) Conservatório Regional de Castelo Branco, Conservatório de Cascais, Academia de Música de Costa Cabral entre outras.
Atualmente exerce funções docentes na Escola Profissional Serra da Estrela, Conservatório de Seia e Escola Profissional da Covilhã e Conservatório de Música de Viseu. Enquanto docente, conta com inúmeros alunos formados nas mais prestigiadas Universidades Europeias e Americanas.
VASCO FAZENDEIRO
Vasco Mineiro Fazendeiro, iniciou os seus estudos musicais aos 6 anos de idade, no projeto Zeethoven, prosseguindo no conservatório da Covilhã. Ingressou na Banda da Covilhã e posteriormente na EPABI, Escola Profissional de Artes da Covilhã, na classe de Percussão, no curso de instrumentista de Sopros e Percussão na classe do professor Edgar Araújo e Aldovino Mungambue.
Conclui a licenciatura em Música, variante Percussão em 2018 na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, Castelo Branco (Portugal) com a classificação de 19 valores no recital final.
Já colaborou com a orquestra de Sinfónica do Porto Casa da Música, Orquestra Clássica do Centro, Orquestra Clássica do Sul, João Roiz Ensemble, NanoDrumming, colaborou também em diversos projetos artísticos e culturais, com a Associação Cultural da Beira Interior.
Tem igualmente, investido na sua formação técnica e artística. Participou em diversas masterclasses de Percussão com os seguintes professores: Pedro Carneiro; Nuno Aroso; Wim Voss; Hans Zonderop; Marco Fernandes; Mário Teixeira; Pascal Pons; Raymond Curfs; Nick Woud; Christoph Sietzen e Rui Gomes.
Em julho de 2015 tocou a solo um duo de Percussão com o percussionista Francisco Cipriano escrito pelo maestro Luís Cipriano com a orquestra de cordas da International Music Week in Ettelbrück, Luxemburgo.
No ano 2015 juntamente com o acordeonista Jorge Caeiro criou o grupo de música de câmara “Perc’ofole” (Percussão e acordeão). A 14 de fevereiro de 2016 obtiveram o 2.º Prémio na categoria de Música de Câmara, nível superior, no concurso Folefest. Foram convidados a tocar em espaços como: o Auditório Caixa Geral de Depósitos do Instituto Superior de Economia, com transmissão direta para a Antena 2; no Museu do Papel inserido no Festival de Música de Verão em Paços de Brandão e na Casa da Música.
Participou em festivais como a Internacional Music Week, Ettelbruck (Luxemburgo), Adams Internacional Percussion Festival (Holanda), Estágio de Aperfeiçoamento Interpretativo em Música Contemporânea (Lisboa Incomum) e na Academia de música contemporânea, Hochschule Luzern (Suíça).
Estreou obras de compositores como João Pedro Oliveira, Luís Cipriano e Pedro Berardinelli.
Frequenta, o 2.º Ano do Mestrado em Música, na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, na classe do professor Bruno Costa e André Dias. Leciona na Academia de Música da Banda da Covilhã e no Conservatório Regional de Castelo Branco.
Biografias dos compositores
ÂNGELA LOPES
Ângela Lopes, natural de Arada, n. 1972. Concluiu a licenciatura e o CESE na ESMAE, Porto, em 2000, na classe de composição do professor Cândido Lima. Estudou ainda com Virgílio Melo, com quem colaborou na realização eletrónica de obras diversas e no grupo MC47 — Grupo de música mista da ESMAE, com Filipe Pires e com Álvaro Salazar, partilha com este último a edição de um CD, “Dual”. Em 2004 iniciou o Doutoramento na Universidade de Aveiro, sob a orientação e coorientação dos compositores João Pedro Oliveira e Mário Mary (na Universidade Paris VIII), respetivamente. Em 2010 efetuou provas de profissionalização em Composição obtendo a mais elevada qualificação. Participa habitualmente na realização técnica eletroacústica de obras várias do compositor Cândido Lima como em OPTIC MUSIC-Quadros cinéticos, ETRAS-cantos de sonhi ma – A Viagem ou Músicas de Villaiana – Coros Oceânicos, entre outras. Colabora e/ou participa com regularidade nos festivais Música Viva e DME /Dias de Música Eletroacústica. De salientar a sua colaboração na projeção eletroacústica das obras musicais “Madonna of Winter and Spring” de Jonathan Harvey, na Casa da Música, no Porto (Música Viva 2007) e “Mixtur” de Karlheinz Stockhausen, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa (Música Viva 2008), ou a sua participação, em parceria com o compositor Cândido Lima, no projeto “A paisagem sonora em que vivemos”, apresentado durante a 55.ª edição do festival DME, em 2017, e, ainda, a sua participação na 3.ª edição do Simpósio “Cultura e sustentabilidade”, no Lisboa Incomum, com a estreia da obra “Reciclo-Recírculos” e a comunicação Reciclo-Recírculos – em forma de sanza (reutilizar-reciclar), em 2019. Compõe para formações diversas, música mista, música eletroacústica e de multimédia, apresentadas em concertos no país e no estrangeiro, por intérpretes de renome na música contemporânea. Música para teatro. Obras editadas em partituras e CDs e/ou DVDs, o último dos quais “Ver os sons, ouvir imagens I”, pelo Duo Contracello, editado pela Musicamera. É editada também pelo Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. É membro da Fondazione Adkins Chiti (Itália), da Associação de Compositores de Portugal e da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA). Atualmente compõe por encomenda para a Miso Music Portugal, uma obra para guitarra clássica e eletrónica a estrear num recital com transmissão em direto pela Antena 2, a partir do O’Culto D’Ajuda; para a associação Arte no tempo, uma obra para viola de arco e eletrónica; e ainda para o duo de saxofone e canto, músicos do grupo de música contemporânea Síntese, obra a estrear em Itália durante um simpósio.
É professora de Análise, Composição e de Organologia. Criou, em 2010 e 2014, respetivamente, as disciplinas de Tecnologias e Composição Musical e de Oficina de Música, ambas aprovadas pelo Ministério de Educação. Formou, durante doze anos, a direção pedagógica da Academia de Música de Santa Maria da Feira, entre 2000 e 2012. Atualmente, é presidente da Direção da Academia de Música de Santa Maria da Feira e, simultaneamente, integra o órgão colegial da Direção Pedagógica.
Compositor, professor, pianista, divulgador, cronista, conferencista, ensaísta.
Diplomado e doutorado no país e no estrangeiro. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura. Colaborou na rádio, na televisão, nos jornais e nas enciclopédias Verbo. Discípulo e amigo de décadas do compositor Xenakis. Estudou nos Conservatórios do Porto e de Lisboa, nas Universidades de Braga e de Paris (Vincennes e Sorbonne). Fundou o Grupo Música Nova. Pioneiro em Portugal de música eletroacústica, música por computador e música: OCEANOS e A-MÈR-ES (1978/1979). MÚSICAS DE VILLAIANA-coros oceânicos (1908/1909), várias obras para jovens, de que se destacam os Cadernos de Invenções-sons para descobrir, títulos para inventar (80 cadernos para todos os instrumentos), A Arca do Poeta-Alberto Caeiro para crianças, entre outras (2013/2020). Memórias do regresso da guerra (Guiné-1968/2018) com HÉAMAÓAMAÉH-sulcos.silêncios (2006/2007) e com ODE AO TEJO-regresso de um piano de guerra (2018/2019), entre numerosa música para instrumentos solo e para grupos de música de câmara e música mista, com eletrónica e imagem. Discografia e bibliografia estão publicadas/divulgadas online no Centro de Investigação & Informação de Música Portuguesa (Miguel Azguime). Escritos de natureza diversa alguns, publicados outros, inéditos, têm sido uma prática regular, deles se destacando, na área da análise e estética clássicas, as séries de sonatas para piano de Mozart, Schubert, Beethoven e um breve ensaio sobre o Piano no Romantismo. Como animador cultural, em todas as suas atividades estabeleceu, sempre, pontes entre a música e ramos do saber de todos os tempos, lugares, culturas e as expressões contemporâneas da música ocidental, ou de influência ocidental. Dois títulos das séries de televisão, obedeciam a essa perspetiva: Sons e Mitos e Fronteiras da Música. Tem recebido ultimamente encomendas de diversas associações e entidades dirigidas por novas gerações, como a Miso Music e o SON-D’AR-TE-Electric Ensemble, Atelier de Composição, Arte no Tempo, Dias de Música Eletroacústica, Grupo SÍNTESE, PERFORMA Ensemble, além de colaborar em iniciativas de diversa natureza com associações, como o MPMP, o Festival CRIASONS-Musicamera, Atelier de Composição, com o escritor Mário Cláudio, com o pintor António Quadros Ferreira, etc. A exposição MUSONAUTAS, durante dois meses na Galeria Municipal da Câmara do Porto, destacou a sua obra e a atividade nos 50 anos de renovação e revolução musical na cidade. Está a ser preparado um documentário para a RTP, sobre a sua obra, da autoria do realizador Adriano Nazareth Jr. Estão previstas primeiras audições de obras novas durante o ano. O compositor apresentará, em Junho próximo, no Salão Nobre e no Salão Medieval da Biblioteca Pública de Braga, uma comunicação e um concerto audiovisual integrados no Congresso Internacional Paisagens Sonoras: o Som, a Música e a Arquitetura. Além de várias teses de doutoramento dedicarem análises a algumas das suas obras, o guitarrista franco-italiano António Fruscella está a escrever uma tese de doutoramento sobre a sua obra para guitarra.
É Professor Investigador do INET-MD da Universidade Nova de Lisboa. JOSÉ CARLOS SOUSA
José Carlos Almeida de Sousa nasceu em Viseu — Portugal, em 1972. Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão, na sua cidade natal onde concluiu o curso geral de composição em 1995.
Em 1996 prossegue os seus estudos na Universidade de Aveiro, onde concluiu a sua Licenciatura em Composição, no ano de 2000.
Estudou composição e música eletrónica com Evgueni Zoudilkin, João Pedro Oliveira e Isabel Soveral. Frequentou ainda vários seminários de composição e música eletrónica orientados pelos compositores; Jorge Antunes, Alain Sève, Tomás Henriques, Flo Menezes, François Bayle e Emmanuel Nunes.
Em junho de 2005 concluiu, na Universidade de Aveiro, um mestrado em música com especialização em composição, subordinado ao tema “O Timbre e suas Metamorfoses no Processo Composicional da Música Eletroacústica”.
Já lecionou na Universidade de Aveiro e no Instituto Piaget em Viseu.
Foi juntamente com Paula Sobral organizador e diretor artístico do Concurso e Festival Internacional de Guitarra Clássica de Sernancelhe, durante 15 edições consecutivas.
Foi o criador do Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, que organiza desde 2008 exercendo também o cargo de Diretor Artístico deste Festival.
Em 1995 ganhou o primeiro prémio do 1º concurso de composição do conservatório onde estudou, com a obra infantil para piano, “Almofada”.
No Concurso de Composição Eletroacústica “Música Viva 2000”, foi agraciado com uma Menção Honrosa.
Em abril de 2001 foi premiado com a sua obra “Viagem” no referido concurso, integrado na Porto 2001 Capital Europeia da Cultura.
A sua música tem sido tocada em várias cidades portuguesas e em vários festivais de música: Festival Música Viva (Portugal), Primavera en La Habana (Cuba), Aveiro Síntese (Portugal), “33e Festival International des Musiques et Créations Electroniques” (Bourges – França), Concurso e Festival Internacional de Guitarra (Sernancelhe – Portugal), 14th World Saxophone Congress (Slovenia), “Guitarmania” – Festival Internacional de Guitarra Clássica (Almada – Portugal), Festival de Guitarra de Palência (Espanha), Festival Dias de Música Electroacústica (Seia – Portugal), “Síntese” – Ciclo de Música Contemporânea da Guarda (Portugal), Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso (Portugal), Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu (Portugal), 8e Festival International Guitar´Essonne – (Paris – França), Dias de Música Electroacústica no Santa Cruz Air Race 2013 (Portugal), Tempo Reale Festival “Maratona Soundscape” em Florença Itália, Festival “The Soundscape we live in” em Corfu na Grécia, entre outros.
Algumas das suas obras resultam de encomendas de várias instituições como Festivais Internacionais de Música, Universidades, Museus e Câmaras Municipais.
Atualmente é professor de composição no Conservatório de Música de Viseu, exercendo também o cargo de Diretor Pedagógico do Conservatório desde 2004. PEDRO REBELO
Pedro Rebelo (Viseu, 1972) é compositor, performer e artista sonoro, ativo na área da música de câmara, improvisação e instalação. Doutorou-se pela Universidade de Edimburgo em 2002 onde investigou relações entre a música e a arquitetura. Pedro tem iniciado projetos participativos com comunidades em Belfast, na favela da Maré, Rio de Janeiro e com comunidades ciganas em Portugal. Este trabalho tem resultado em exposições de arte sonora em espaços como o Metropolitan Arts Centre Belfast, Espaço Ecco em Brasília, Parque Lage, Museu da Maré no Rio de Janeiro e MAC Nitéroi, Centro Cultural Português, Maputo, Jardins Efémeros, Viseu.
As suas publicações académicas refletem a sua atitude perante o design e a composição articulando a prática criativa com um entendimento da cultura contemporânea e tecnologias emergentes. Pedro foi professor convidado na Stanford University (2007), professor visitante sénior na UFRJ, Brasil (2014) e investigador colaborador do INET-md, Universidade Nova, Lisboa. Teve posições de “music chair” de conferências internacionais tal como a ICMC 2008, SMC 2009 e ISMIR 2012 e foi ‘keynote’ na ANPPOM 2017, ISEA 2017, CCMMR 2016 and EMS 2013. Na Queen’s University Belfast, onde é professor catedrático em artes sonoras desde 2012, teve posições de diretor de educação, diretor de investigação e chefe de departamento. Em 2012 foi-lhe atribuído o prémio “Building Tomorrow’s Belfast” do Northern Bank. Foram-lhe recentemente atribuídas duas bolsas de investigação para projetos interdisciplinares incluindo “Sounding Conflict”, financiado pelo Research Council UK para investigar a relação entre som, música e situações de conflito. Áreas de investigação recentes incluem som imersivo e experiencias de escuta aumentadas.