28 Abril 2016: Duo: Roberto Aussel (Arg) & Juan José Mosalini (Arg)
21h00 – Solar do Vinho do Dão.
Biografias
ROBERT AUSSEL
Nascido em 1954 em La Plata (Argentina), começou a tocar guitarra aos sete anos.
Depois de estudar com o mestre Jorge Martinez Zarate, o seu principal professor, recebeu primeiros prémios em alguns dos mais prestigiantes concursos no mundo, incluindo os Concursos Internacionais de Guitarra da Radio France, Porto Alegre (Brasil) e Alirio Dias em Caracas (Venezuela).
Desde então a sua fama como artista internacional continuou a espalhar-se e aparece, regularmente, na Europa, América do Sul e, especialmente desde 1990, nos Estados Unidos (Boston, Los Angeles, San Francisco, Dallas, Nova York).
Atualmente, é professor na Musikhochschule em Colónia (Alemanha) e administra, de forma brilhante, esta tarefa exigente com uma carreira mundial mais ativa a cada ano.
O seu repertório vai desde o Barroco à Música Contemporânea e inclui folk e peças populares de vários países Latino-Americanos. Muito interessado na música do século XX, colaborou com vários compositores, muitos dos quais escreveram para ele: Marius Constant, Marlos Nobre, François Rossé, Norbert Leclerc, José Luis Campana, Francis Schwartz, Juan María Solare, Francis Kleynjans, Bob Wander, Carlos Grätzer, Edmundo Vasquez, Pascale Jakubowski.
Em 1981, Astor Piazzolla dedicou-lhe as bem conhecidas Five Pieces for Guitar, as suas primeiras composições para este instrumento.
Além de tocar e de ensinar, desde 1983 que Roberto Aussel tem sido responsável por uma colecão de música de guitarra para a editora parisiense Editions Henry Lemoine.
Em 1999, ganhou o prémio de prestígio Konex de Platino oferecido pelo Konex fundação de Buenos Aires (Argentina).
JUAN MOSALINI
Juan Mosalini é um dos grandes mestres do tango da era moderna. Residindo em França há vários anos, expandiu o seu trabalho criativo e de ensino em toda a Europa e grande parte do mundo. Fundador de cátedras de prestígio de bandoneón, onde desenvolve estudos tratados de aprendizagem da técnica e do estilo, o maestro Mosalini recebe nos conservatórios de toda a França alunos de vários países.
Nascido em 1943 numa família de artesãos e apaixonadamente músicos, Juan Mosalini aprende o bandoneón com a idade de 8 anos, imergindo, graças ao seu pai, nas tradições da música popular da Argentina. Tornou-se músico profissional aos 17 anos de idade.
De 1962 a 1976 compõe, faz arranjos, interpreta, acompanha e trabalha com as principais orquestras e solistas da Argentina em particular as de Osvaldo Pugliese e Astor Piazzolla, de quem se torna amigo próximo. Ao longo dos mesmos anos, fundou o quinteto Guardia Nueva, que se revela uma das experiências mais ricas e mais originais do tango de vanguarda.
Em 1977, muda-se para a França, que escolhe como nova pátria musical. Aí encontra outros músicos argentinos com quem ele cria o Tiempo Argentino. Calorosamente recebido pela imprensa, este grupo participa em inúmeras digressões pela Europa e apresenta-se em alguns dos grandes palcos parisienses como o Palácio das Artes ou o Olympia.
Em 1978, continuou a sua pesquisa inovadora através da gravação de um disco de bandoneón a solo. O genuíno diálogo entre o músico e o seu instrumento, sabendo reunir poesia e virtuosidade, este registo, com prefácio de Julio Cortazar, faz a unanimidade da crítica e consagra o seu autor no meio artístico.
Em 1980 fundou um novo ensemble, Canyengue e, em 1982, o famoso trio Mosalini-Beytelmann-Caratini (bandoneón/piano/baixo) que se produzirá em todos os continentes e, particularmente, nos grandes palcos americanos.
Em 1983, Juan José Mosalini grava o primeiro CD do Trio La Bordona e, em 1984, participa no World Music Meeting de Baden-Baden (Alemanha), representando a Argentina com a gravação de um CD. Juan José Mosalini compõe, em seguida, várias músicas para filmes: Double Face e Le quatrième pouvoir, de Serge Leroy, Le génie du faux filme para a France 2 de quatro episódios e Cœur de marbre de Stephane Kurc. Durante o mesmo período começou a redacção de um método de bandoneón, encomendado pelo Ministério da Cultura.
Em 1987 é lançado o segundo CD do Trio, Imagenes (Etiqueta Bleu) e, em 1988, Juan José Mosalini empreende a produção de uma colecão de Bandonéon a pedido de Editions Henry Lemoine.
Em 1989, cria o primeiro curso de bandoneón na Europa no Conservatório de Gennevilliers, onde leciona desde então. Compõe, com Enzo Gieco e Atahualpa Yupanqui (livret) a cantata La Parole Sacrée, criada no dia 21 de Junho no Palácio de Congressos de Nanterre, como parte da comemoração do Bicentenário da Revolução Francesa.
Em 1992, Juan José Mosalini cria a Grand Orchestre de Tango com a qual se apresenta, desde então, em todo o mundo. Lançou, também, o seu segundo álbum solo che Bandoneon e compôs Casi Tango. Em 1993, faz uma digressão pela Alemanha com o guitarrista Roberto Aussel. Composições para a orquestra de tango e coro infantil com Enzo Gieco e, em 1994, lançamento do CD Bordoneo y 900, com a sua Grand Orchestre de Tango. Forma um quinteto com o violinista Antonio Agri e, depois da sua morte, com o seu filho Pablo Agri; quinteto que se apresentou com sucesso no Japão, Inglaterra e França.
A sua criação Paris-Tango, poema coral sobre as letras de Horacio Ferrer e arranjo do seu guitarrista cúmplice Leonardo Sénchez, vê a luz do dia em Abril de 1999 com o coro Vittoria dirigido por Michel Piquemal. A sua paixão pela música em todas as suas formas fá-lo aproximar-se, com grande felicidade, dos músicos clássicos, para descobrir um repertório vasto e adaptado, especialmente para orquestra de cordas e orquestra sinfónica.
Juan José Mosalini tocou como bandoneonista a solo com o Quarteto Enesco, com a Orchestre de Picardie, com a Orchestre National de Lille, com a Orchestre National de Bordeaux-Aquitaine, com a Orchestre de Hong Kong, com a Orchestre symphonique de Munich… Grava com a Orchestre de Basse Normandie um álbum com o guitarrista Léonardo Sanchez e apresenta o seu trabalho intitulado Imaginations Rustiques et Urbaines.
Durante um dos Festivais Buenos Aires Tango, no Palácio de Chaillot, em Paris, Juan José Mosalini recebeu a Medalha da Cidade de Buenos Aires, em reconhecimento do seu trabalho de difusão da música argentina no mundo. Grava um CD para a marca Mañana com o Quarteto de Cordas Benaim, intitulado Classique et Moderne com base em composições originais de Gustavo Beytelmann.
Participa várias vezes na Opéra Maria de Buenos Aires de Astor Piazzolla e Horacio Ferrer, em particular na do diretor Alfredo Arias com o Ensemble de Basse Normandie, dirigido por Dominique Debart com Sandra Rumolino, Guillermo Fernandez e Jorge Rodriguez. bem como na dirigida por Rudolf Werthen.
Participa numa edição discográfica como solista com a Orquestra Württembergische Philharmonie Reutlingen, direção de Gabriel Castagna e lança o álbum duplo orquestra Juan José Mosalini Live Tango.
É convidado enquanto solista pelo compositor Lalo Chifrin, em Outubro de 2008 e, em 2009, fez uma digressão mundial com solistas do Café de los Maestros.
Em Agosto de 2010 e 2011, participa no grande festival de tango da cidade de Buenos Aires. Continua a sua carreira como solista em todo o mundo e dedica-se intensamente ao ensino em vários conservatórios no âmbito das masterclasses.
«Eu coloco Juan José Mosalini entre os grandes líderes do nosso tempo, ao lado de excelentes músicos que ele próprio formou nessa língua; ele tem o dom de saber provocar uma expressão particular, resultado da afirmação de um estilo pessoal que une todos os instrumentos da orquestra em uma entidade, a própria orquestra.»
Horacio Ferrer – A Buenos Aires, c’était déjà le XXIe siècle
O concerto
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